sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

As Tribos Carnavalescas de Porto Alegre

Até 1946, dentre os grupos, cordões, corsos, os blocos carnavalescos eram a grande sensação do carnaval de rua. Após o fim da segunda guerra mundial, Hemérito Barros e Rubens Silva, dois compositores, integrantes dos "22 rapazes" que circulavam pelos coretos da cidade cantando marchinhas nos dias de desfile, introduziram no denominado "Carnaval da Vitória", uma nova cultura popular, de nome "Caetés". Fundada em 19 de abril de 1945 por ambos amigos, nascera os Caetés, marcando o inicio de novo formato carnavalesco e popular na capital gaúcha. A nova idéia carnavalesca, segundo Claudio Brito, partira da experiência religiosa de Barros, o que de certa forma pela influência dos terreiros da religião de matriz africana, suas performances musicais tinham lá esta inspiração.
A idéia dera certo e começara a agradar o povo na época. Fundindo os ritmos africanos através de instrumentos indígenas e vice-versa, os Caetés desfilavam com muita alegria e empolgação pelas ruas de Porto Alegre. Iniciavam os desfiles pela Getulio Vargas, passavam pelos coretos da cidade baixa até o centro da capital. Desfilavam na Borges de Medeiros, e lá faziam suas apresentações, exibiam suas coreografias, alegorias, adereços de mão relacionados á marchas.Voltavam pela Andradas, Santana e chegavam ao Menino Deus.
Os Caetés foram figuras importantes no carnaval de rua da cidade, despertando culturalmente outras tribos carnavalescas, na qual seguiam a mesma tradição. Logo surgira Os Arachaneses, Os Aymorés, Os Bororós, Os Charruas, Os Navajos, Os Potiguares, Os Tapuias, Tapajós, Os Tupinambás, Os chavantes e muitas outras. Durante a década de 50 e 60, as tribos comandaram os carnavais da cidade e em grande número de concorrentes abrilhantaram as ruas. Acredita-se que a forte intervenção com que o modelo carioca das escolas de samba conquistou os foliões e os olhos dos adeptos de um carnaval espetacular, tenha sido o razão do desaparecimento das culturas mais simples e populares. Assim, como as tribos, outras manifestações carnavalescas surgiram, encantaram, abrilhantaram, extinguiran-se ou se transformaram em outras agremiações carnavalescas. Das tribos carnavalescas, restaram atualmente duas: Os comanches e Os Guaianazes que desfilam no complexo do Porto Seco nas noites de carnaval. As tribos historicamente tem seu papel fundamental na historia carnavalesca da cidade.

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